LEONAM GONDIM DA CRUZ
( LEONAN CRUZ – Pará – Brasil )
Faleceu na tarde desta quinta-feira (9), LEONAM GONDIM DA CRUZ, advogado militante, que atuou com destaque nas várias áreas do Direito, inclusive no Júri, onde estreou ainda acadêmico de direito, tendo atuado como advogado nas mais modestas comarcas do Estado, ao Supremo Tribunal Federal. Foi conselheiro estadual e federal da OAB por diversos mandatos, tendo sido presidente da sua Comissão de Ética e Disciplina e primeiro diretor do jornal O Advogado, tendo sido o primeiro reitor da Escola Superior de Advocacia (ESA), promovendo a sua implantação definitiva. Quando conselheiro federal da OAB, movimentou o órgão em favor da defesa do paraense Sebastião Hoyos, preso injustamente na Suíça, conseguindo movimentar as mais expressivas entidades filantrópicas e advocatícias do mundo, em favor da questão, sendo proclamada pela justiça suíça a inocência do acusado. Ocupou o cargo de Assessor do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Contista, poeta, orador, conferencista, sempre se destacou nas diversas áreas da inteligência, onde sempre atuou com eficiência. Filho de Albino Apolinário da Cruz e Leopoldina Gondim da Cruz. Deixa viúva Minam Florentina Vonlhormam Cruz e quatro filhos, Carlyle, médico ginecologista; Guiomar Regina, médica anestesista; Marinez, juíza estadual e Leonam Junior, desembargador do Tribunal de Justiça do Pará.
Seu corpo será velado na sede da Academia Paraense de Letras, da qual era membro. Era membro, também, da Associação Paraense de Escritores; da Academia Paraense de Jornalismo, cadeira nº 21, de Temístocles Santana Marques, da Academia Paraense Literária Interiorana, cadeira nº 21, de Rui Guilherme Paratininga Barata e Ordem Internacional de Ciências.
Biografia e foto: ercioafonso.blogspot.com/
XIII ANTOLOGIA DE POETAS E ESCRITORES DOBRASIL. Organizada por Reis de Souza. Volume XXXVI. (Selecionados pela Revista Brasília). Brasília: Grupo Brasília de Comunicação, 1999.88 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda - Doação do livreiro Brito (DF)
O CÃO, O MACACO E O HOMEM
Dizem que o homem um dia foi macaco
Mas eu, aqui no meu verso,
o vejo assim como um caco;
mais certo seria o inverso.
Ele é o ser da natureza,
capaz até de sorrir.
É mesmo, assim, que tristeza!
vive a lei a transgredir.
Ele convive com o mal,
Faz dele o seu dia a dia.
Egoísta incondicional,
inventou a hipocrisia.
Já disseram, e isso é verdade,
entre teu amigo e teu cão,
este é tua tranquilidade,
pois possui mais coração.
LIBERDADE
Liberdade eu não diria.
Sou feliz, mas preso fico,
sempre na fisiologia
deste amor que lhe dedico.
Desta paixão sou primeiro
Escravo e sinto alegria.
Esquisito prisioneiro
que nunca pede alforria.
Sou livre preso a seu braço,
Somente enxergo porque,
seus olhos tiram o embaraço,
que eu sentiria sem você.
Esse amor que eu pouco entendo,
Entende-lo, assim, quem há-de?
Em resumo acaba sendo
minha própria liberdade.
SEGREDO
Esse nosso amor proibido,
soa-nos como uma canção,
eis que foi todo construído,
lá no nosso coração.
É um mistério, não se sabe,
como veio, assim, tão tolo,
e talvez nunca se acabe,
p´ra nosso eterno consolo.
Quem não sabe, não imagina,
que p´ra nós ele é uma oferta,
como se fora uma mina,
que falte ser descoberta.
Olhamos p´ra ele com medo,
até com certo remorso,
como se fosse um segredo,
condenado ser só nosso.
COMO ERA MINHA MÃE
É difícil existir uma pessoa assim...
Minha mãe foi meu sol, minha glória e meu ar.
Era como uma flor linda em qualquer jardim,
ou uma história que a gente nem sabe contar.
E para falar dela é difícil dizer,
sua face, seu olhar, sua angústia e seu sonho.
Talvez um poeta que ainda irá nascer,
pudesse descrever o seu rosto risonho.
Ela seria um ser invulgar e brilhante.
Ela tinha a inocência indefesa de um infante,
mas na sua humildade possuía muitos brilhos.
Nunca houve uma mãe mais eficiente e bela.
Eu só veria assim e talvez mais do que ela,
a delicada mãe que dei para meus filhos.
POEMA
Para que o poema
se existe a rosa?
Para que a ternura
se existe a tarde?
Para que a beleza
se existe a natureza?
Para que a inocência
se existe a criança?
Para que a luz
se existem os teus olhos?
REFLEXÕES NO AMANHECER
Sinto na luz do dia algo impreciso.
O céu despe o véu negro de veludo,
e como, na ternura de um sorriso,
instala-se a manhã vencendo tudo.
Sinto-me revivendo, estraçalhado,
de um amor esta ilusão eternizada,
do ser que tendo sido muito amado,
me desse tudo e não pedisse nada.
Penso em quem que no sol da minha vida,
foi muito forte e, assim muito querida,
que eu guardasse na cinza do passado.
E que, na encruzilhada do caminho,
já tão desiludido e tão sozinho,
me oferecesse o amparo de um cajado.
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Página publicada em setembro de 2021
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